Paraná vive epidemia de Dengue enquanto já tem tecnologia para erradicar a doença

20 abr 2022

Paraná vive epidemia de Dengue enquanto já tem tecnologia para erradicar a doença

 

PorEditor Paranashop

 

20/04/2022

Paraná vive epidemia de Dengue enquanto já tem tecnologia para erradicar a doençaO governo do estado do Paraná anunciou estar em situação de epidemia de Dengue graças ao aumento do número de casos da doença. De agosto de 2021 até o momento, já foram contabilizadas mais de 80 mil notificações e cinco mortes. O boletim divulgado nesta terça-feira (19) registra 14.964 novas notificações em relação à semana anterior. O documento informa ainda que 365 municípios possuem casos notificados, sendo que 287 tiveram confirmações. Em uma semana, foi registrado o aumento de 39,86% nos casos confirmados, passando de 16.560 para 23.161. As Macrorregiões Oeste e Norte concentram o maior número de casos. A situação é crítica apesar de o Paraná contar com uma biotecnologia sustentável, desenvolvida no estado, e que foi capaz de erradicar a doença na cidade de Ortigueira.

O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, é realizado no município em parceria com a empresa Klabin, desde novembro de 2020. Em um ano, a redução foi de 90% no número de larvas viáveis encontradas em campo. Neste ano epidemiológico não foram registrados casos de dengue no município, enquanto municípios vizinhos, como Tibagi, vivem uma epidemia.

O método é baseado na tecnologia TIE — utilização do Inseto Estéril –, em que os mosquitos são soltos de forma massiva. Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, provocando uma imediata redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela. O estudo é reconhecido pela comunidade científica internacional, sendo publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica revisada por pares, editada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área. A Secretaria de Saúde do Paraná também reconhece e aprova a tecnologia, com disponibilidade de ser aplicada em várias regiões do estado.

Durante a temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após cerca de 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco. “As ferramentas de controle vetorial que utilizam tecnologia e inovação são fundamentais, já que as ferramentas convencionais utilizadas não têm sido efetivas, e sem controle as doenças se disseminam cada vez mais” – explica a diretora técnica da Forrest, Lisiane Poncio.

 

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